1. |
Adeus Ateu
04:22
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Adeus Ateu
Ao teu, ao meu norte
Preciso me apegar ao Divino
Como abraça aos pais um menino
Com medo do escuro ou com medo da morte
Adeus Ateu
A carne, o meu corpo
Preciso aceitar o que há enfim
E me desapegar do que há em mim
Viver o presente, a cada dia um pouco
Pra saltar mais alto
Para encontrar a paz
Como quiser chamar
Quando eu sumir daqui
A curva da estrada
A única certeza
Há morte sem tristeza
Celebro meu destino
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2. |
Coice
05:19
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Como é que se faz quando a paixão golpeia, quando pulsa a veia ou quando a perna bambeia?
Como é que se faz quando o astral vigora, quando olhar demora ou quando pinta um lance?
Como é que se faz quando corpo se anima, quando aquela menina te balança forte?
Como é que se faz quando a saudade aperta, quando o amor te acerta feito um coice lento?
Como é que se faz quando a lembrança leva o pensamento longe e a mente vagueia?
Como é que se faz quando as idéias saltam, e as palavras faltam entre tantas letras?
Como é que se faz quando a gente pira ou quando a vida vira de pernas pro ar?
Como é que se faz quando aquela figura, da maneira mais pura te tira do chão?
Eu faço sem meu coração
Que baterá a exaustão
Pois se é do vento que vive a vela
Eu viverei pensando nela
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3. |
Dois Duas
03:08
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Somos uma célula dividida e dividida e dividida e dividida
um milhão de vezes
Exponenciais de apetites sem limite, cada lado, cada pólo, cada dentro, cada fora,
entre o bem e o mal
Somos uma cela dividida e dividida e dividida e dividida
um milhão de vezes
Sobrevivendo com ou sem medo cada dedo, cada membro, cada rito cada verso infinito o mesmo mito o mesmo bicho
Nós somos do mesmo tipo
como a letra no espelho
somos um copo vazio
Nós somos um peito cheio
Somos mais um
mais de um
tudo é dois
que somos nós
eu e você
Você e eu
eu e eu e você e você e você
tudo junto
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4. |
Nuvem de Cinzas
04:05
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Um vulcão entrou em erupção em mim
O meu peito explodiu
Uma nuvem cinza e quente o céu mudou
E o mar avermelhou
Com o sangue do meu corpo
Com o sangue do seu corpo
Lava incandescente, ferro de Ogun
Em volta tudo mudou
Pedra cinza e quente agora esfriou
A beleza de uma flor
Como a lama cinza escura
Como a lama cinza cura
Desco o rio
Como seixo
Fogo e fluxo até você
Subo o rio
Mergulhar
Nos domínios de Oxum
A escuridão do ser
É a clareza do viver
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5. |
O X da Questão
03:43
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O x da questão, é a aceitação,
o empoderamento e a questão dos gêneros
Nosso tempo aqui
nesse plano é
um estalo de dedos, nosso firmamento
Por isso há tempos
prometo que temos
o olhar atento e discernimento
Que o nosso rebento
possa ser ao mesmo tempo
o panorama e a lente de aumento
O x da questão
é a afirmação
Desse sentimento pureza sui generis
O Nosso lugar
é tempo sem fim,
sem doutrina ou esquadramento
Por isso é preciso
que todo pensamento
Venha do coração e esteja atento
Que o x da questão
é ser humano enfim
Pois no fim das contas tudo vira vento
Tudo virá
Ventania revirando padrão
Já não somos só meninos e meninas
Amores em outro climas
É tudo o x da questão
Alá, allez, ali, alô, há luar
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Benjão Rio De Janeiro, Brazil
Gustavo Benjão é músico, compositor e produtor.
Faz parte das bandas Abayomy Afrobeat Orquestra e Do Amor, e
além de seu projeto solo, tem também um trabalho experimental sob a alcunha de Jumento Van Basten.
Já tocou com Moreno Veloso, Totonho & Os Cabra, Alice Caymmi, Zabele, Jonas Sá, Rubinho Jacobina, Rodrigo Amarante, Thais Gulin, Nina Becker e Lucas Santtana.
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